Novas regras serão aplicadas a partir de 2021.
Suas ambições ambientais passaram um pouco despercebidas, esmagadas pelas notícias dos anúncios de Emmanuel Macron na frente do desconfinamento. O novo regulamento RE2020, mencionado na terça-feira pela Ministra da Transição Ecológica, Barbara Pompili, não deixará de ter impacto no quotidiano dos franceses.
Irá governar a construção de novos edifícios, impondo limites para o consumo de energia e as emissões de gases de efeito estufa a partir do verão de 2021.
“Um grande desafio”
Atua “o desaparecimento gradual de novas moradias aquecidas a gás”, disse o ministro, que vê “um grande desafio ambiental”.
As casas, cujo pedido de licença de construção ocorrerá após a entrada em vigor da regulamentação, no verão de 2021, serão as primeiras a serem afetadas, bem como os escritórios e instalações dedicadas à educação.
Concretamente, “não será mais possível construir novas moradias unifamiliares exclusivamente aquecidas a gás, e essa proibição será estendida em 2024 a novas moradias coletivas”, explica a ministra da Habitação, Emmanuelle Wargon, em entrevista ao jornal Les Echoes.
21% das novas moradias e 75% das novas moradias coletivas usam-no até à data. O objetivo é reduzir em pelo menos 30% o consumo diário de energia dos edifícios, que são os segundos maiores emissores de gases de efeito estufa na França, depois do transporte. A reforma também visa, ao mesmo tempo, limitar as emissões de gases de efeito estufa durante a construção e adaptar as habitações às ondas de calor. “Num contexto em que a economia do país nunca teve tanta necessidade de apoio ao emprego, pedir a um setor que representa cerca de 45% das novas construções que mude radicalmente o seu ponto de operação em poucos meses é simplesmente irresponsável”, reagiu Damien Hereng, presidente da a Federação Francesa de Construtores de Casas Individuais, em Le Figaro.
Novos padrões impostos
O regulamento RE2020 vai impor limites para o consumo de energia e emissões de gases de efeito estufa: um máximo de 4 kg de CO2 / ano / m² para casas a partir de 2021. O limite será de 6 kg para apartamentos, mas a partir de 2024.
Até este prazo, o limite máximo permanece fixado em 14 quilos, o que deixará a possibilidade de instalar aquecimento a gás nos apartamentos, “desde que a habitação seja muito eficiente em termos energéticos”, especifica o governo, nas colunas do Figaro.