Enfraquecido pelo tratamento agressivo do câncer, seu sistema imunológico nunca produziu anticorpos. Segundo os pesquisadores, o vírus teria evoluído e sofrido mutação neste mesmo hospedeiro.
Um paciente brasileiro, na casa dos 40 anos, teve resultado positivo em 218 dias consecutivos, entre setembro de 2020 e abril deste ano. O homem, na casa dos 40 anos, já havia se submetido a um agressivo tratamento contra o câncer.
“Variantes virais mais bem adaptadas ao organismo humano”
Um caso destacado por estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo e publicado na plataforma medRxiv.
Os acadêmicos destacam que o tratamento do câncer enfraqueceu o sistema imunológico do paciente, a tal ponto que ele nunca produziu anticorpos, de acordo com os inúmeros testes sorológicos realizados. Além disso, os pesquisadores descobriram que o vírus havia evoluído e sofrido mutação. “Essa capacidade de replicação do vírus foi observada de forma contínua e persistente por um período de 196 dias consecutivos”, explica María Mendes-Correa, professora da Faculdade de Medicina da USP. Mutações no mesmo hospedeiro geralmente observadas na mesma população. “É um fenômeno preocupante, porque favorece o surgimento de variantes virais mais adaptadas ao organismo humano”, acrescenta María Mendes-Correa.
Um paciente que esteve isolado durante sua recuperação, seja no hospital ou em casa.