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Mais de 50 ataques de baleias assassinas na Espanha desde fevereiro: barcos alvejados por grandes predadores, um fenômeno inexplicável

A comunidade científica internacional está a interrogar-se e a tentar encontrar explicações para o comportamento destas orcas entre Gibraltar e as costas portuguesa e espanhola, únicas no mundo.

As orcas, presentes nas costas espanhola e portuguesa, atacam os barcos. Desde fevereiro, foram registados cerca de cinquenta ataques ao largo da Galiza, na zona de Cádiz, a tal ponto que a navegação de barcos à vela com menos de 15 metros está agora sujeita a restrições.

Para Alfredo Lopez, presidente da coordenação de estudos de mamíferos marinhos, entrevistado pelo La Vanguardia, essa atitude é tão misteriosa quanto a origem do coronavírus.

Uma rotina

E por uma boa razão, o comportamento agressivo das orcas em relação aos barcos só foi encontrado nesta área, que vai de Gibraltar às costas de Espanha e Portugal. Em nenhum outro lugar.

No ano passado, as primeiras conclusões evidenciaram a curiosidade dos jovens exemplares. Em particular com o fator da velocidade do barco, que pode revelar-se um elemento crítico da análise. O que explicaria por que as orcas atacam particularmente o leme dos barcos, a fim de retardá-los.

Mas, desde fevereiro, os cientistas observam a participação de orcas adultas nesses ataques organizados de gangues, que se tornaram rotinas reais.

Para a oceanógrafa Ana Aldarias, o comportamento humano seria um fator determinante: “Muitos não seguem as regras e chegam muito perto dos animais. Às vezes até os cortam. Qualquer animal se defenderia nesses casos. -O”.

Contra barcos, não contra humanos

Fora isso, nenhum traço de agressão aos humanos. “Além disso, a maior parte dos danos encontrados é no leme ou em suas engrenagens, que são as partes mais frágeis de um barco. Se eles quisessem afundar um barco de 5 metros, fariam. Feito com facilidade”, argumenta Lopez.

Quanto ao Covid-19, a identificação do barco zero traria elementos decisivos para a interpretação desses comportamentos, mas os recursos estão faltando.

Diante do fenômeno, as autoridades marítimas de Cádis estabeleceram um protocolo no caso de um ataque: informe os avistamentos, baixe as velas, deixe o barco à deriva, solte o leme e proteja-se em local seguro.

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