Os hospitais do Haiti foram sobrecarregados com o fluxo de milhares de feridos no domingo, após um forte terremoto que deixou pelo menos 1.297 mortos e mais de 5.700 feridos, enquanto as autoridades tentavam implantar ajuda nas áreas mais afetadas antes da chegada de Tropical Storm Grace, que deve atingir a ilha na segunda-feira.
O poderoso terremoto que atingiu o sudoeste do Haiti no sábado deixou dezenas de milhares de desabrigados, destruindo quase 14.000 casas e danificando ou destruindo igrejas, hotéis, hospitais e escolas.
O número de vítimas deste terremoto deve ser revisado para cima, especialmente porque as redes de comunicação permaneceram fora de serviço nas regiões mais remotas e a tempestade tropical Grace ameaça despejar chuvas torrenciais na ilha.
Este desastre, em um país que ainda não se recuperou totalmente do terremoto de 2011, vem no topo da crise de saúde ligada à epidemia de COVID-19, mas também a uma severa recessão econômica acentuada pela violência ligada a gangues, bem como ao crise política resultante do assassinato do presidente Jovenel Moïse em 7 de julho.
A Península de Tiburon, no extremo sudoeste do país, foi a mais afetada pelos tremores.
Na cidade de Les Cayes, na costa sul desta península, ajudantes estavam ocupados retirando os corpos das vítimas dos escombros de um prédio desabado.
CORREDORES HUMANITÁRIOS
Cerca de cem quilômetros ao norte de Les Cayes, na costa norte da península, na cidade costeira de Jérémie, os centros de saúde sobrecarregados, os médicos tratavam os feridos em macas colocadas sob as árvores, mesmo em colchões ao lado do estradas.
“Centros muito grandes não podem mais funcionar enquanto falamos e os que estão operacionais estão transbordando diante do fluxo de pacientes”, disse o diretor de Proteção Civil do Haiti, Jerry Chandler, à Reuters.
O primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, que visitou Les Cayes, agradeceu às agências internacionais e governos estrangeiros que enviaram ajuda.
A vizinha República Dominicana, mas também México, Colômbia e Estados Unidos, já enviaram equipes de socorristas ou alimentos e remédios ao local.
O acesso para socorro às áreas mais afetadas é complicado pela deterioração da ordem pública, com as estradas principais que atendem à ilha sob controle de gangues em algumas áreas.
As Nações Unidas apelaram ao estabelecimento de “corredores humanitários” para permitir a entrega de ajuda e socorro através de territórios controlados por grupos armados rivais.