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Macron anuncia um grande plano para Marselha, “cidade mundial”

Emmanuel Macron anunciou quinta-feira uma série de medidas para responder à “emergência” em Marselha, a segunda cidade da França atormentada por dificuldades sociais e delinquência, negando-se a “dar esmolas” e apelando à superação das “chicayas locais”.

“A emergência é segura, é social, é sanitária”, afirmou o Chefe de Estado durante discurso no Palácio do Pharo, no segundo dia da sua visita a Marselha.
“O dever da Nação é estar ao lado dos Marseillaises e dos Marseillais”, continuou, garantindo que queria “ajudar a desencadear algo que está aí”.
Ajude Marselha, ele desenvolveu, esta “cidade mundial”, “formidável”, “aleijada por fraturas”, “faz bem a todo o país”.
“Nunca é tarde”, defendeu Emmanuel Macron, convidando a “aprender as lições do que falhou” (“não existe fórmula mágica”).

“Devemos construir o Marselha de 2030 agora”, disse ele em um longo discurso perturbado por uma chuva torrencial e problemas técnicos.
O plano, denominado “Marseille en grand”, centra-se em projetos prioritários na segunda cidade da França: segurança (150 milhões de euros já haviam sido anunciados na quarta-feira), a renovação de escolas, transportes, reabilitação de moradias insalubres.
A cidade de Marselha tem 870.000 habitantes, sua aglomeração 1,6 milhão. Em novembro de 2018, dois edifícios insalubres na rue d’Aubagne desabaram, matando oito pessoas.

No domínio da segurança, o presidente anunciou a chegada de mais 200 polícias em 2022, a construção de um novo quartel da polícia por 150 milhões de euros, a manutenção no local das duas empresas CRS presentes na cidade desde março, bem como a instalação de 500 câmeras em áreas sensíveis.

Confrontado com “o crime cada vez mais violento em grande parte ligado ao tráfico de drogas”, ele prometeu “perseguição” implacável aos delinquentes.

RENOVAÇÃO DE ESCOLAS, EXTENSÃO DE TRANSPORTES
Para a educação, Emmanuel Macron anunciou “verbas substanciais” do Estado, sem maiores detalhes, para um programa de reabilitação de 174 escolas da cidade, além das quinze já afetadas por um projeto da Agência Nacional de Recuperação Urbana (ANRU).

Para o efeito, será criada para o efeito até ao final do ano uma empresa ad hoc, presidida pelo autarca socialista Benoît Payan, sob a direcção do Estado.
“O desafio da escola nos bairros (…) não é só renovar a escola, (…) é a conciliação da educação com a nossa luta pela cultura”, acrescentou.

O Presidente da República apelou a “inventar a escola do futuro” em estabelecimentos-piloto no início do ano letivo 2022-2023 e apelou à criação de dez micro-faculdades e dez micro-escolas para jovens “evadidos”.

Além da insegurança que assola bairros desfavorecidos, professores, pais de alunos, atores sociais denunciam há anos a degradação e o abandono da infraestrutura escolar.

Para os transportes, Emmanuel Macron prometeu mil milhões de euros, dos quais 250 milhões em subsídios, que financiarão nomeadamente quatro novas linhas de eléctrico e cinco novas linhas de autocarro, bem como 1,4 mil milhões de euros disponibilizados pelo Estado, de um orçamento total de cerca de 3,5 bilhões, para o projeto da linha Marselha-Nice e a reabilitação da estação Saint-Charles.

Entre outras medidas, o Chefe de Estado anunciou 50 milhões de euros para a criação de um centro materno infantil e a construção de um centro para mulheres e 169 milhões de euros para, nomeadamente, a renovação do hospital Timone e do hospital do Norte.

Para o emprego jovem, serão criados três “pólos de empreendedorismo”. Nos bairros em dificuldade, trinta educadores e trinta mediadores adicionais serão nomeados. Uma série de iniciativas em prol da cultura também serão implementadas.

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