Um americano pegou Covid-19 duas vezes em um mês e meio e a segunda infecção foi mais grave que a primeira, de acordo com um estudo divulgado na terça-feira que detalha este caso de reinfecção, um dos cinco identificados até agora no mundo.
O anúncio, divulgado pela revista The Lancet e veiculado pela AFP, tende a confirmar que é necessário continuar a tomar precauções, incluindo o distanciamento físico, o uso de máscara e a lavagem das mãos, na medida em que uma reinfecção agora é possível, disse o professor Pandori, citado em uma declaração do The Lancet Infectious Diseases.
Ainda de acordo com esta revista médica, cinco casos foram confirmados até agora: em Hong Kong em 24 de agosto, depois na Bélgica, Holanda, Equador e no estado americano de Nevada. Este último paciente também foi objeto de um estudo sobre o tema reinfecção, publicado esta semana no The Lancet.
“Isso não significa que não haja mais, principalmente porque muitos casos de Covid-19 são assintomáticos” e, portanto, difíceis de detectar, porém alertou o professor Pandori, especialista da Universidade de Nevada. O caso de Nevada diz respeito a um homem de 25 anos em quem nenhuma patologia anterior à infecção por Covid-19 foi detectada.
Em 18 de abril, o paciente apresentou teste positivo pela primeira vez, com alguns sintomas. Colocado em confinamento solitário, ele teve dois exames negativos, mas 48 dias depois, em 5 de junho, os resultados de um novo teste mostram que ele é positivo. Ele também tem sintomas mais graves, incluindo dificuldades respiratórias que exigiram sua admissão na sala de emergência e respiração artificial. Sua condição melhorou posteriormente.
“Mais pesquisas são necessárias para entender quanto tempo dura a imunidade ao SARS-CoV-2 e por que algumas dessas segundas infecções, embora raras, são mais graves”, conclui o professor Pandori.