(AFP) – O Union Syndicale des Pharmaciens de Pharmaciens (USPO) voltou a alertar neste domingo para o esgotamento das doses das vacinas contra a gripe devido à “falta de capacidade de resposta dos laboratórios”, posição contestada pelo Ministério da Saúde.
“No ano passado, 11 milhões de doses foram dispensadas pelas farmácias”, disse Pierre-Olivier Varlot, vice-presidente da USPO, durante um webinar do sindicato organizado no domingo. Este ano, o governo planejou uma campanha de vacinação ainda mais ambiciosa, “em vista da mania no hemisfério sul”, disse ele, com 13 milhões de doses distribuídas.
Após levantamento com seus associados, o segundo sindicato da profissão estima que entre 70 e 90% o número de farmácias já não existe mais no estoque, apenas dez dias após o início da campanha de vacinação.
Número muito distante da realidade segundo o Ministério da Saúde que garante que, “nas regiões mais afetadas, chegaríamos a 18 a 20% de farmácias fora de estoque”, segundo os números do despacho.
O USPO, porém, denuncia atrasos nas entregas, bloqueados porque “o setor não se alinhou com as solicitações dos pacientes”.
Gilles Bonnefond, o presidente do sindicato, convidou os pacientes a “desafiar o ministério a exigir prestação de contas e descobrir por que eles não podem ser vacinados”.
Segundo o ministério, 1,2 milhão de doses devem ser entregues na próxima semana. “Nos anos anteriores, as farmácias não recebiam os pedidos na íntegra desde o primeiro dia da campanha de vacinação, sempre havia um estoque com o tempo”, disse.
O Ministério da Saúde finalmente lembrou que a epidemia de gripe ainda não havia chegado. “Deve chegar em dezembro-janeiro, ou até mais tarde.”
“Se houver um novo confinamento, como não tivemos as doses, perderemos a campanha de vacinação”, disse Pierre-Olivier Varlot.
“Já houve muitos bugs e as próximas campanhas de vacinação não devem ser como este ano”, insistiu.
Em dez dias, as farmácias “dispensaram 7 milhões de doses e vacinaram 2 milhões de pessoas”, disse a USPO.