Ambiente no restaurante L’Artichaut, na Place Carnot, no momento do anúncio do reconfinamento, esta quarta-feira à noite.
Nós não entendemos. Definitivamente não. “Por que fechar os cafés e restaurantes na quinta à noite?” Pergunta Anthony Seguy, o dono do restaurante l’Artichaut, lugar Carnot. “Devíamos ter ficado para trabalhar até sábado à noite, até o fim do mês. Para permitir que os funcionários terminassem o mês, para que nós, donos de restaurantes, vendêssemos nossos estoques. O que fazemos com nossas saladas?, Nossas batatas , a nossa carne? Não se trata de congelar tudo isso! “, lamenta Christian Seguy, pai de Anthony.
No entanto, os Seguy reconhecem que as medidas compensatórias, anunciadas pelo Presidente da República, tranquilizam-nos: “Se o desemprego parcial for renovado, se a renda for suspensa, isso irá sem dúvida amortecer a queda”. O patrão, António, garante-lhe: “Agora, estamos à espera do recomeço previsto para 1 de Dezembro. Sentimos que as pessoas precisam de se divertir, que querem reunir-se à volta de uma boa mesa. Veja esta noite, para uma quarta-feira, tem mais pessoas do que o normal. E amanhã à noite (esta quinta-feira, nota do editor), teremos ainda mais pessoas. “
No sábado, uma mesa para 10 pessoas já havia sido reservada no Seguy’s. Clientes que terão que esperar mais algumas semanas antes de poderem desfrutar de uma noite com a família ou amigos novamente.
Estamos reorganizados porque, neste verão, ninguém respeitou nada
Do lado do cliente, acompanhamos o discurso presidencial com atenção, pelo menos até o anúncio do reconfinamento. Um “Aaaah” de rancor explode quando Emmanuelle Macron evoca o fechamento de bares e restaurantes. “É difícil ter 20 anos em 2020! O que ele acabou de nos dizer é que não haverá mais vida social por um mês”, lança uma mesa de jovens. “É a grande depressão, mas nos encontramos confinados porque, neste verão, ninguém respeitou nada”, comenta Julie, estudante de 20 anos.
“Francamente, era o que esperávamos. Trabalho na área de informática e trabalho em teletrabalho desde março”, testemunha Alexandre, 24 anos, que admite que “50 mil casos por dia, era preciso reconfigurar”. “Vou fazer os cursos teóricos à distância, com certeza. Mas para períodos de negócios, não sei”, admite Arnaud, 23, também bastante fatalista sobre as medidas anunciadas.
“É um afastamento do problema”, garante Louise, uma educadora especialista, e sim adepta da imunidade coletiva. Mas antes de sair do restaurante admite: “De qualquer forma, não temos escolha”.