Nesta segunda-feira, o Tribunal de Justiça de Haute-Saône e do território de Belfort abriu o processo pela morte de Alexia Daval. Seu marido, Jonathann, confessou o assassinato. Ele será julgado por cinco dias durante os quais terá que retirar as áreas cinzentas que ainda pesam sobre o caso.
Eram 9h05 da manhã de segunda-feira quando Jonathann Daval apareceu no camarote dos arguidos do Tribunal de Justiça de Haute-Saône e do território de Belfort. “Vestido com um suéter escuro, ele parece emocionado. A pedido do presidente, ele declinou sua identidade com uma voz fraca, quase infantil”, detalhou o Republican East em sua edição online especial sobre o julgamento.
Após a seleção dos jurados, o julgamento poderia começar. Vai durar cinco dias e deve ajudar a esclarecer a justiça e a família de Alexia sobre as circunstâncias precisas de sua morte. O corpo sem vida de Alexia Daval foi encontrado parcialmente carbonizado em 30 de outubro de 2017, dois dias depois que seu marido Jonathann declarou seu desaparecimento. Ela tinha 29 anos.
Durante os três anos de instrução, do confronto à reconstituição, o viúvo enlutado acabou vestindo a fantasia de assassino e reconhecendo todos os fatos. Mas a investigação não esclareceu todas as áreas cinzentas do “caso Daval”.
Ele queria matá-la? A chave para o julgamento
O primeiro mistério a ser resolvido será o desenrolar preciso desta famosa noite de 27 a 28 de outubro de 2017, aquela em que Alexia Daval foi morta. Depois de mudar de versão, Jonathann Daval acabou declarando que, ao voltar de uma raclette na família de Alexia, ele recusou sexo. “Ela começou a pensar para mim. Que eu nunca queria dormir com ela. Que eu não era um homem e que não adiantava que ela estivesse se tratando. Que eu não queria um filho com ela. Ela”, disse ele investigadores. Segundo ele, sua esposa então bate nele, o xinga e confisca as chaves do carro. Jonathann Daval a empurra, até que eles se encontrem na escada que leva à garagem.
Ainda segundo ele, Alexia Daval teria continuado a bater nele, a insultá-lo e a mordê-lo no bíceps. “Foi aí que fiquei louco. A mordida e os insultos.” Jonathann Daval teria então “batido várias vezes com a mão esquerda e a direita no rosto” em sua esposa, batendo a cabeça contra a parede várias vezes. “Eu queria que ela calasse a boca.” Ele então agarra o pescoço dela e aperta “quatro a cinco minutos”.
Jonathann Daval matou intencionalmente sua esposa? A qualificação de assassinato sugere que a justiça pensa assim. O julgamento terá que decidir esta questão.
Cumplicidade?
Após os fatos, o tribunal se empenhará em refazer o curso de Jonathann Daval quando ele quis consertar seu crime. Mas também aqui as diferentes versões do acusado terão de ser confrontadas. Ele primeiro tentou passar a morte de Alexia como um crime em um corredor que teve um encontro ruim. Ele também disse que não queimou o corpo e depois alegou ter sofrido um acidente antes de acusar seu cunhado, Grégory Gay.
A ideia de cumplicidade também paira sobre esta questão há muito e deve, também aqui, ser esclarecida.
Enfim, Martine Henry, mãe de Jonathann Daval, disse esperar “também atende” no gesto fatal de seu filho. Ela comparece nesta segunda-feira ao início do julgamento e aguarda as revelações prometidas pelo filho. “Ele nos disse que estava pronto para falar sobre coisas que não sabemos. Queremos entender, mesmo que seja horrível. Ele tem que ser livre.”
Jonathann Daval enfrenta prisão perpétua.