Foi em dezembro de 1920. Em 19 e 20 de dezembro, Narbonne passou por dias catastróficos causados pela neve e pelo frio.
O terraço do museu. Independente – CHRISTOPHE BARREAU
Este terrível episódio climático há muito é lembrado em Narbonne. Como prova, 50 anos depois, em 1970, nosso título dedicou uma página inteira a esse desastroso acontecimento. Nos dias 19 e 20 de dezembro de 1920, chuva, neve e gelo morderam a cidade, que por muito tempo manterá seus rastros.
A rue Jean-Jaurès. Independente – CHRISTOPHE BARREAU
Todas as ruas, as praças são desfiguradas pelas guirlandas de fios elétricos que ruíram sob o peso da neve … Em 1970, L’Indépendant1 fala “de uma série de dias e noites dantescos, quase apocalípticos, assustadores”. É preciso dizer que na época, ainda havia moradores para testemunhar, contar …
Rua Chenevier. Independente – CHRISTOPHE BARREAU
Acontece que no domingo, 19 de dezembro, nevou forte, toda a manhã até meia-noite e meia. Uma camada de neve de 40 centímetros cobre a cidade. No início da noite, uma chuva fina começa a cair em Narbonne. Ao mesmo tempo, o tempo está ficando mais frio, o mercúrio mostrará menos 8 graus!
Nossos concidadãos pensaram que o fim do mundo havia chegado!
O Moulin de la Ville. Independente – CHRISTOPHE BARREAU
A água congela assim que atinge o solo … O povo de Narbonne está pasmo. O Independent fala de “um domingo a ser marcado com uma … pedra negra”. Durante a noite de 19 a 20, o fenômeno se intensifica, o gelo se agarra às árvores, aos muitos fios elétricos que percorrem a cidade, aos fios telefônicos … “Fios que se transformam em meias de gelo do espessura de um pálido para se comportar. Esse gelo pesava três quilos por metro “, relata L’Indépendant. “Os postes e postes que sustentavam 10, 100 e mais de 150 fios se dobram, flexionam e caem nos telhados com um barulho infernal e horrível. Nossos concidadãos pensaram que o fim do mundo havia chegado!”
Um espetáculo de desolação. Independente – CHRISTOPHE BARREAU
Nos bulevares, os grandes galhos dos plátanos caem com estrondo. No dia seguinte, ao nascer do sol, todos os fios pendurados por toda parte, bloqueiam as ruas e avenidas, e formam um todo mágico … Os telhados, por toda parte, estão desabados, as árvores feridas …
Guirlandas de fios elétricos. Independente – CHRISTOPHE BARREAU
Sem eletricidade, sem luz, sem água, sem telefone, sem pão por vários dias! Sem mais trens, sem mais correios, a vida parou. Demorou dois bons meses para a vida recomeçar em Narbonne. O PTT deixou de manter os fios nos telhados e construiu a rede subterrânea … Foi há um século.
Sigeaner Serge Lallemand apresenta sua coleção de fotos herdadas de seu pai. Independente – CHRISTOPHE BARREAU
1 O arquivo de L’Indépendant foi encontrado, entre suas próprias coleções, pela memória de Narbonne Robert Cazilhac.
2 As fotos pertencem à coleção da família Sigeanais Serge Lallemand.