Por causa da variante Delta do coronavírus SARS-CoV-2, muito mais contagiosa do que as outras variantes em circulação e já mais transmissível do que a cepa inicial, os temores de uma nova onda no início do ano letivo estão ressurgindo no início do verão.
Arnaud Fontanet, epidemiologista do Institut Pasteur e membro do conselho científico, disse nesta quarta-feira na BFMTV que devemos esperar um aumento do número de casos no início do ano letivo, “em setembro-outubro”, devido à presença de uma variante Delta “mais transmissível”.
“Esta variante Delta, em dois meses, muito provavelmente substituirá os vírus que atualmente estão presentes em território francês, com a possível exceção da variante sul-africana (…) Ela se tornará predominante”, estimou Arnaud Fontanet.
Outra mensagem perturbadora, a do presidente do conselho científico. A França deve experimentar uma quarta onda epidêmica de COVID-19 devido à disseminação da variante Delta do coronavírus, mas será mais “matizada” do que as três primeiras devido ao desenvolvimento da vacinação, disse quarta-feira Jean-François Delfraissy, presidente do Conselho Científico.
Por último, mas não menos importante, o governo também está preocupado com a progressão “muito rápida” da variante Delta, agora envolvida em cerca de 20% das novas contaminações na França, ou seja, o dobro do número da semana passada. Neste contexto, o governo garantiu esta quarta-feira, através da voz do seu porta-voz Gabriel Attal, que “a vigilância continua absoluta”. Ele também destacou a importância da vacinação para prevenir uma quarta onda.
Se a nível nacional a situação melhorou ainda mais (com 18,5 novas infecções por 100.000 habitantes por semana, um nível sem precedentes desde agosto passado), “há alguns dias a taxa de incidência a nível nacional parece já não diminuir”, observou Gabriel Attal durante o relatório do Conselho de Ministros.
No entanto, “temos (…) todas as cartas em mãos para evitar uma quarta vaga”, disse Gabriel Attal, sublinhando que a retoma da epidemia observada nas últimas semanas nas Landes parecia ter sido contida, ainda que a situação desta departamento permanece “muito instável, muito frágil”.