Camille Lecointre e Aloïse Retornaz, em um bote 470, conquistaram a medalha de bronze nesta quarta-feira, 4 de agosto, durante a última prova de vela olímpica, elevando para três pódios o recorde da vela tricolor nas Olimpíadas de Tóquio após o prata Picon de Charline e Thomas Goyard no windsurf RS : X.
Mas a dúvida pairou por muito tempo nesta tarde de quarta-feira sobre a composição final do pódio, após o ajuizamento dos franceses de reclamação contra os britânicos, coroados campeões olímpicos e suspeitos de terem permitido voluntariamente a passagem da tripulação para a última bóia. Polonês, finalmente em prata.
Mas o júri rejeitou este protesto que, se aceito, poderia ter resultado na desclassificação dos britânicos da regata final. “Tínhamos a sensação de que a inglesa tinha deixado passar deliberadamente a polonesa, por isso apresentamos uma reclamação”, disse Guillaume Chiellino, diretor técnico nacional da Federação Francesa de Vela (FFV).
“Tínhamos dúvidas sobre a água, por isso usamos o nosso direito de reclamar”, explicou Camille Lecointre. “Assim que tivemos acesso ao rastreamento e ao vídeo, vimos que ela havia navegado mal”, acrescentou Brestoise. O título foi para as britânicas Hannah Mills e Eilidh McIntyre, à frente das polonesas Agnieszka Skrzypulec e Jolanta Ogar. A última regata foi vencida pelas suíças. Os polacos conquistaram o 4º lugar, à frente dos britânicos e franceses.
Lecointre e Picon já medalhistas no Rio
Camille Lecointre, 36, mãe do pequeno Gabriel, nascido depois das Olimpíadas do Rio, já havia conquistado o mesmo metal no Brasil em 2016 com outra sócia, Hélène Defrance. Este é o terceiro pódio da vela francesa nas Olimpíadas de Tóquio, depois das medalhas de prata de Charline Picon e Thomas Goyard, ambos no RS: X windsurf. A Grã-Bretanha está no topo dos recordes da disciplina, com três títulos.
Campeões europeus recentemente em Villamoura (Portugal), Lecointre e Retornaz desembarcaram em Enoshima, um trecho de água ao sul de Tóquio, com a clara intenção de ganhar o ouro. Em segundo lugar antes da rodada final, no entanto, eles tiveram que contar com um passo em falso dos britânicos. “É a alegria que prevalece”, respondeu Aloïse Retornaz, licenciado em Sables d’Olonne (Vendée). “É muito bom terminar estes cinco anos de preparação e o nosso dueto nesta medalha. Sonhei muito com este momento”, acrescentou, derramando lágrimas de alegria. Em 2016 no Rio, os Tricolores conquistaram um título com Charline Picon no RS: X e duas medalhas de bronze, no RS: X masculino com Pierre Le Coq e em 470 feminino, com Lecointre portanto.
A decepção veio da tripulação 470 masculina composta por Jérémie Mion e Kévin Peponnet, também recente campeão europeu, mas que terminou em 11º no final das qualificações e não se classificou para a “corrida das medalhas”.
Peponnet esperava suceder seu tio Thierry, o último campeão olímpico francês em 470, em 1988, em Seul, com Luc Pillot. A vela francesa terá a honra e a vantagem de velejar em casa em 2024, as regatas das Olimpíadas Paris-2024 que decorrem em Marselha, no local do pólo francês da FFV. As dez séries presentes em 2024 passarão por um aliciamento. O finlandês, um barco histórico nas Olimpíadas, mas para o qual nenhum francês foi qualificado em Tóquio, vai desaparecer. Se os 49er homens e mulheres permanecerem, assim como o misto Nacra 17 e os homens e mulheres Laser, o windsurf será equipado com florete e apenas uma tripulação de 470 estará presente, agora mista.
O kitesurf, com duas provas masculinas e femininas, vai dar um impulso à vela olímpica e à juventude.